domingo, 27 de novembro de 2011

jantar recolhido

Que direito é esse que o ser humano acha que tem?
Não basta a busca insaciável em ser mais um deus..
Palavras, dominadas então!
Quanto mais se dominam as palavras... mais perigoso fica.
Promessas...
Tudo vazio... cheio de nada.
Faltando de um todo, tudo.
Sobrando de não ter mais o quê.
É tudo tão verdadeiro quanto o inverso do pensamento.
Não façam isso....
É de toda a vontade, machucar e machucar...
Nem tudo o que está estático, quieto no canto, quer sofrer.
"Deixe em paz meu coração"
Deixe tudo no lugar quando sair.
Não faça tanta bagunça.
Posso não me entender quando saíres e eu me ver numa bagunça que não conseguirei arrumar.
Queria que não tivesse tirado nada do lugar.
Mas já foi.
E tudo agora está como num quarto de mudanças, antes da embalagem.
Cada qual no lugar que não lhe pertence.
Obrigado! Estou aprendendo tudo o que tem dentro do coração, assim fica mais fácil para arrumar e encontrar cada coisa.


"Esqueça se ele não te ama.
Esqueça se ele não te quer.
(..)
Ele não pensa em querer-te.
Te faz sofrer... e ATÉ chorar"

Tão sensível.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

transe

Algumas noites penso que sou louco.
Olho pela janela da cozinha e tento ver se nesta chuva e frio
algum outro ser mais doido que eu aposta caminhar na orla da praia.
E se houver, seria por não ter escolha?!
Em ser doido ou apenas caminhar na praia?
E se forem as duas coisas?
Parece que muita gente esta perdendo a identidade, o que lhe faz se diferente.
Todas as investidas estão numa zona de maior risco hoje.
A busca pela tal felicidade foi substituída por qualquer outra coisa, de maior (ou menor) valor.
Vale mais um status de fantasia que o sentir de um corpo só.
O tempo está passando.
É preciso driblarmos uns aos outros para não irmos de encontro.
E quem vier para acrescentar é bem-vindo.
Eco, eco, eco..

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

volver

E exatamente esse o meu medo:
não da morte em si, desta passagem que deve ser involuntária
mas da perda que ela pode trazer.
Do silêncio.
Do calar, mesmo tendo muito a dizer.
Da forçação que é sem escolha.
De não escutar mais Bethânia e Elis.
O que será que Elis escuta agora?
Harpas?
O livre arbítrio é uma inverdade.
Minhas escolhas são outras...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

o ser

Eu sou uma vítima
da criação de Deus.
Condenado à sapiência
e discernimento.
Para ter em minhas mãos
os insumos que determinam
quem sofre no mundo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pilly Calvin

A vida de um ator é uma estrada praticamente só;
Se não fossem os amigos, encontros e despedidas que acontecem quase diariamente.
A vida de um ator, na verdade não existe para si, e sim para DAR vida a tudo que se existe - até mesmo para o ator.
Sentir o peito queimar e arder - o quanto cerveja alguma há de resfriar - sentindo mais uma vez o caminho só.
Só o caminho. Me esperando.
De olhos vendados cheguei nesta cidade.
Quando consegui enxergar novamente, foi o momento em que esta cidade me adotou por inteiro.
Assim, cada lágrima que transborda de meus cálices tem a fuligem de tudo e todos que conheci.
Difícil será não pensar em todos vocês.
Doídos serão os crepúsculos sem o céu e a Santa Cruz.
Amargas serão as noites que não terei vocês para tomar um trago.
A arte é sensível!
O ator é tão humilde que empresta seu corpo para dar vida à outrem.
E assim fica tão exposto que para lhe fazer mal é simples.
Mas cada célula banhada de um ator está condicionada a CRER.
Pensei em me fechar. Me perguntei: Pra quê?
Mesmo sabendo que nunca conseguiria...
Voando entre amores, passando uma hora aqui, outra lá.
Podendo sim pousar no mesmo lugar em outro momento.
Que direitos temos de cativar alguém e partir?
Que direito é este que eu tenho de fazer isso com todos vocês que me acolheram?
E cada vez que mudo a minha vida e pego mais uma estrada, tudo fica diferente - até mesmo a estrada de volta para casa, que já não tem o mesmo cheiro, nem as mesmas flores.
Um Espaço tão vivo - faz jus à quem lhe dá a alma, ainda que doando a sua própria.
Alguém que tem o abraço dos cosmos; uma mulher que me foi mãe, uma mãe que nos é amiga, uma amiga que de tão grande é deusa.
Grande por não se caber em si.
Por ser grande, a suavidade da humildade.
Pilly Calvin.


Texto original que escrevi e foi lido ao final da última apresentação da primeira temporada d'O Ferreiro e a Morte em Santa Cruz do Sul - RS - e último dia da minha primeira temporada naquelas terras.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pode parecer sensível demais
Sentimental demais
Solitário demais
Mas é que para quem mora próximo ao mar deve sentir mais
E quando chega o inverno e sentimos a maresia gélida
O frescor polar
O vento que invade e desloca o espírito do corpo
Tocando na pele é sensorial demais
A derme se contrai, o pelo se arrepia, a pupila se dilata
O coração fica espremidinho
Buscando um espasmo de calor daqui e dali
A mente paira
Apenas estar
Sem todos vocês
Vagueando
Piegas ficaria decepcionado.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

.o tamanho das rugas

Há quatro anos... senti muita falta de estar em casa.
Um ano Hamlet.
O outro tapas sem beijos.
N'outro tapas com beijos e bolo.
Que ciclo estranho.
Agora fechado.

.baú

Herdei o cigarro do primeiro
E o chimarrão do último.
E assim as tardes já ficam boas.
Então acho que já fechei o pacote.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Este blog é a lixeira do meu cérebro...
Mais um:


o ator precisa de tempo pra ler.. estudar... entender.. TUDO.. é um trabalho manual..
nao processo tercerizado como novelas na TV
peças prontas para se montar um produto final... como tantos outros

terça-feira, 17 de maio de 2011

Trilha

Conhecer pessoas é um cansaço opcional.
Pode vir de uma forte onda de desespero
Ou mesmo ressaca de carência.
As pessoas são tão previsíveis que parece tornar-se chato viver.

Mas é bom saber que somos diferentes.
Neste ponto tu és igual à todos os outros...
Eu não!


Tarantino é um clássico da provação de como a teoria da conspiração age no universo.
Você mesmo não é nada nem ninguém que preste.
Tudo isso que tu és
na verdade está em mim.
Eu quem criei.
Compreendo agora o trecho
"Ao fim de tudovocê permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim"
Pintei notas na tua vida em músicas preto e branco.
Afinal, tomar atitudes:
é importante!
Às vezes urgente.
Mas sempre preciso.
E eu sempre tive que tomá-las.
Nunca fui de esperar.


E ao fim de tudo, na verdade... passou.
O mundo aqui fora é muito grande.



terça-feira, 26 de abril de 2011

Sob o Céu do Sul

"Guardo inteiro em mim
 A casa que mandei um dia Pelos Ares"
Hoje vejo pela varanda tudo em volta.
Há tanta coisa no mundo.
Queria poder juntar tudo e todos que conheço num lugar só.
E vejo que isso já foi feito.
Esse é o Mundo.
Mas é maior do que eu gostaria.
E na verdade,
era Você que deveria me acompanhar nesta varanda.
Assim, por maior que fosse o planeta
tudo pareceria mais perto, mais juntinho.
Mais Nosso.
Mas você está aí. Eu aqui.
E tudo continua grande, distante e vazio.

E é promessa: Só assisto "A Cor Púrpura" contigo. Quando for...

Sob o Céu da Vitória

Sim! Uma cidade bem maior.
Olho pela varanda e é tudo distante, vasto e vazio.
Me sinto longe de todos, de tudo.
Indeciso por completo.
Longe de ti.
Minha lingua pede os outros sabores das mesmas músicas.
Meu nariz pede os outros aromas das tardes.
Acho que tudo pede o Antes. Pede Você.
Mas se perde.
Meus cabelos estão cansados de sentir os meus dedos.
Os cigarros nunca pareceram tão pequenos - sem o seu gosto.
Talvez viver várias vidas em uma só deva cansar.
Ou é apenas uma recaída.
E na verdade eu nunca escrevi bem.
Mas é preciso vomitar  continuar a Te beber.
Mas ainda tenho 22, e você 23.

Fragmentos da dúvida / confusão mental

Passou mais de um ano...
O aniversário foi como se nada.
-

Agora vem chegando o inverno.
É hora de sair daqui, para não sucumbir à ontade de sentir os corpos quentes embaixo do edredon.
Parecia tão viceral que misturava Dali e Picasso.
O quadro poderia ser muito confuso.
Mas o relógio derreteu e o fuso horário se desfragmentou.
Hora do chocolate quente!
-

Existem coisas mais pertinentes que o nosso fajuto relacionamento rompido.
Deverias assistir "O Grande Mestre" e aprender sobre críticas!
-

Suas gargalhadas ecoam na minha cabeça por horas.
Teus choros e lágrimas ficaram escondidas num quarto no último andar, no Rio.

alvorada

São Paulo é do tamanho de acordo com nossas necessidades.
Desta vez parece bem maior que das últimas.
Eu nunca havia visto o nascer do sol pelo avião.
É tão flamejante, rosa escaldante e névoa por todos os cantos.
Daria um ótima tela - será que dá tempo de pintar no ar?
Como o Pequeno Príncipe... "é só arrastar a cadeira para trás".

volta

Pela segunda vez na vida tomo um vôo à Porto Alegre.
Confesso que a alegria de hoje não é a mesma deúltima vez, é apenas diferente.
Se já teve um sabor fabriziense tão gostoso e peculiar... hoje tem o gosto do cheiro do palco, dos tecidos, cortinas, madeiras, verniz - tablado.
Uma sinestesia prática de quem trabalha na "caixa preta".

domingo, 6 de março de 2011

Antídoto envenenado

Já estou cansado de saber a verdade.
E de também escutar de ti... de todo o mal.
É interessante me perceber ator - no palco.
E intrigante te perceber no foco.
Este Fevereiro foi antídoto.
Mas me surte uma repulsa de muitos.
Um pavor de corpos que estão fora do meu limite corporal.
Um enjoo ancestral, um pecado quase.
Assim, tudo que me chega - sem que eu queira
é parte de um quebra-cabeças de sentimentos e sensações.
Vergonha.
Me sinto nu perante às evidências.
Aquilo que não deve ser repassado porque me desmoraliza.
Pena.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Palco

Cada apresentação é como um primeiro beijo de um casal apaixonado.
É único em sensação e todo o resto.
E é por isso que nunca é igual.
O frio na barriga é combustível.
Talvez seja o motivo de minha grande paixão ser, de fato, o teatro.
E sempre é novo, sempre gostoso e diferente.
Único!
Não há ser que o substitua.
Se vier, que seja para complementar...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

bolor

Nossa bagunça tão desarumada, e não menos descartada...
Chego então e as coisas parecem "estar no lugar" mais até mesmo de antes de bagunçarmos.
Me sinto estranho pela impotencia de não ter que rearrumar tudo.
De também perceber que cada prateleira de saudade, rancor, ódio e perda
-sem falar da pequena e estreita prateleira do amor, onde guardo os maiores tesouros...
estão todas enfileiradas.. e poderia dizer quase, por ordem alfabética.
Como poderei esbravejar, sentir, pensar e agir...
Diante de tantas coisas arrumadas.
Mas não nego o feromônio que há muito deixou de ser físico e limitado.
Este ultrapassa a sentimentoteca e segue vagueando por onde deseja dispertar.
E ao amanhecer... me vejo sozinho na sala tão grande, prostrada de prateleiras frias e inúteis.
O número de um dos arquivos? Segue na prateleira próxima ao rodapé e de número cinco.

domingo, 30 de janeiro de 2011

.

Quando fechamos os olhos perdemos o equilíbrio do corpo.
Quando cegamos por conta do coração perdemos o equilíbrio da vida.

perca

Busca de toda a forma possível de ocupar a mente.
É em um minuto e já nos pegamos com a mente distraída... perdendo o foco que ela escolheu.
De repente e se esquece no que se estava gastando o tempo.
Perde-se o perder do tempo por uma fração de distração.
O maior receio é entrar em certas ondas que nos levam ao alto-mar
Que de tão alto não se desce
Perde-se as velas
e fica-se sem ver navios, ao sabor salgado e sem fim.

patife

tu incomodastes mais do q eu queria.. mais do q tu deverias.. mais do que o plano. agora... nao te faças de preocupado

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Over

Sempre pela tarde.
Caminhava pelas ruas de Lá. Quando retornava ao lar obeservava o entardecer.
Quando não ia à casa das amigas, ficava em casa escrevendo, desenhando.
Preparava o café para esperá-Lo. O cheiro dos grãos torrados.
Era gostoso escutar a chave destrancando a fechadura.
Eu fingia que nem percebia, fingia que nem estava à Sua espera.
Mesmo passando a tarde querendo vê-Lo.
E era uma passada rápida. Antes da aula.
Tempo de lanchar, me beijar, talvez amar... e me deixar.
A diferença Daquele tempo para hoje...
é que Naquele tempo eu O perdia pela manha, pela tarde e pela noite... mas sabia que dormiríamos juntos.
Hoje sei que nos perdemos.                                    

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Maysa

Artista é sensível, frágil, delicado, quebrável, carente, tímido.
Não sei.
Mas não deveria sentir tanto assim. A falta.
Transbordo de falta.
Não fui ensinado antes de ser posto aqui.
Parecem condições.
A condição parece querer tudo e todos que fazem bem.
Porque me sinto completo ou porque me dá sentido.
Sentir - acho que prefiro... me sinto vivo. Mas faltoso.
Sinto. Enquanto tu blefas eu tiro a carta e chupo a manga, até o caroço.
Sinto com todas as letras.
Enquanto tua performance me instiga a me esquecer minhas verdades.
Me instiga a viver tuas mentiras, só por um pouqinho de deleite.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As contas.

Sim.

Abdiquei da casa dos pais. E também abdiquei da nova vida, da nova família. Abdiquei de amigos e amigas.
Abdiquei de todos os meus planos que tanto demorei para construir.
Abdiquei dos meus pais de fato. Maldisse o nome dos meus familiares.
Pequei de qualquer jeito. A torto e a direito. Pequei contra tudo, todos e mim mesmo.
E a ti, que tamanha importancia tem.
Mais facil sair apenas de casa para uma locação em poucos passos.
E mais facil ainda fazeres sofrer por não conseguires ser HOMEM, ser firme.
Ter palavra é para aquele que tem verdade em cada saliva que gasta da fala.
Mas tudo se ajeita.
Como eu disse.. EU AMO.
E amo mesmo. A minha palavra é idonea, tem carater e limpeza - assim como meu sangue.
Pois bem, escute as contas...
Sempre agarrado a saia da mãe. O medo e a fraqueza sempre fizeram um moleque sem cultura, com informação. Suficiente homem para na primeira brisa da manhã ir correndo buscar uma bananeira.
E plantado de cabeça para baixo pois até a terra fica como o nojo da seiva que podes escorrer.
E sim. De todo o meu amor, serei atento.. antes e com tal zelo.
Como sempre fui. Amando escondido. Amando de longe. Mas sempre amando... e com tal zelo.

Nunca ser negativo.

A dercoberta é tranquilizante. Toda ela.

Tudo o que se quer muito saber faz aflição antes de sabe-lo.

Por pior que possa ser o resultado do que tu buscas - o saber o ameniza.

Fato que o melhor resultado é sempre bem-vindo.

E pra mim, o resultado é sempre bom.

Devo muito a alguém, não sei quem.. Deus, Alá, Buda ou Yemanjá.


Agora começa uma nova fase.

Corpo fechado e protegido - sempre.

Já me arrisquei demais - e, claro, valeu a pena pelos bons momentos... que na verdade parecem ter sido poucos perto de tanta ruindade.


Foi um desabafo. Estou muito melhor.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

.ansiedade

O certo é nunca mais fazer mesmo o que meu coração pedir, mandar...

Há meses longe daquilo q esperei por tanto... que tanto me trovastes, caisse de quatro e me fizeste acreditar que era verdade.

Pena que a verdade era pura e crua, só que como toda carne, estava por baixo de uma derme, densa derme, couro.

Couro que quis arrancar em palavras de furor. O ódio que me consome junto a tal necessidade dele mesmo.

Em breve descobrir uma nova forma de vida. Aquela que tem hora marcada para tudo.

Lembro sempre de conferir na gaveta se minhas dores estão guardadas como sempre deixo.

Bethania me dá a seiva.